sábado, 19 de maio de 2012

Princípio do

FIM


A história é real. Os personagens são verdadeiros. Todos os nomes – de pessoas, locais e instituições são fictícios. A narração do Crime na Ponte é, na realidade, a última inconfidência de Silvia.

Ela cobrou um bom dinheiro pela narrativa que deixou seu advogado gravar. Nada poderia ser revelado, porém, antes que decorressem 30 anos do relato com a sua versão dos fatos.

Ele cumpriu o acordo, mas não teve tempo de contar a história. Às vésperas de sua morte repassou os originais para a caixa postal do mais confiável assistente de seu escritório de advocacia – movimentada banca criminalista do extremo sul do País.

Ela, logo após vender sua versão para o Dr. Josué Daorla, sumiu na direção da fronteira. Terá hoje, pouco mais de setenta anos de vida calma e serena, trinta dos quais em consentida cumplicidade com o minuano que geme alguma desdita pelos Pampas do Uruguai.

Foi do auxiliar de confiança de Daorla que recebi o pacote amarelo com o relato de Silvia. Nada paguei por ele. Quem tem amigo não morre pagão.

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